Entretanto os mercados abocanharam a Irlanda e Portugal, deixaram a Itália em apuros, ameaçaram a Espanha e mostram-se capazes de rebaixar a França.
E continuaram a não incomodar a Bélgica.
Porquê?
Bem, -como explica John Lanchester num artigo da última "London Review of Books" - a economia belga é das que mais cresceu na zona euro nos últimos tempos, sete vezes mais do que a economia alemã.
E isto apesar de está há 16 meses sem governo.
Ou melhor corrijam essa frase. Não é apesar de estar sem governo. É graças,note-se, graças a estar sem governo.
Sem governo, nos tempos que correm, significa sem austeridade. Não há ninguém para implementar cortes na Bélgica, pois o governo de gestão não o pode fazer. Logo, o orçamento de dois anos continua a aplicar-se automaticamente, o que dá uma almofada de ar à economia belga.
Sem o choque contracionário que tem atacado as nossas economias da austeridade, a economia cresce de forma saudável, e ajudará a diminuir o défice e a pagar a dívida.
Rui Tavares - Público
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